Em meio a estes tempos sombrios e TEMERosos da política brasileira de 2017, lembramos, talvez não por acaso, que o livro A hora da estrela, da intelectual Clarice Lispector, faz 40 anos de sua publicação (1977). Não por acaso porque, ressalvadas as diferenças, o contexto no qual a novela foi escrita também era repressivo, ditatorial e sumariamente desalentador. Assim, valendo-se de sua arma mais poderosa, a linguagem literária, e já talvez antecipando o que Bhabha viria a nos ensinar depois de que narrar é narrar a nação, a intelectual tratou, sem dó nem piedade, de uma realidade política pouco explorada ainda pela narrativa literária brasileira. Apesar de sua participação na passeata dos 100 mil e de algumas crônicas de protestos, incluindo até mesmo alguns pequenos textos considerados ficcionais como é o caso do conto “Mineirinho”, foi por meio de seu compromisso com a linguagem que Clarice soube se antecipar e dar a melhor resposta possível de como captar a realidade política daquele momento histórico do país. Mesmo passados 40 anos de sua publicação, o livro A hora da estrela traz e apresenta-nos um projeto intelectual arrojado que, entre outras leituras, ajuda-nos a compreender melhor essa realidade política brasileira que não nos cansa de surpreender com suas atrocidades, gatunos e malas.

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Lançamento de livros no IV Colóquio do NECC


Serão lançados os livros  "O que quer dizer cultura: uma leitura de A hora da Estrela" da autora Marta Francisco de Oliveira, "A lagarta que não queria virar borboleta: ou uma fabula filosófica" de Angela Guida e "Fronteiras platinas em Mato Grosso do Sul (Brasil/Paraguai/Bolívia)" dos professores Edgar Cézar Nolasco, Marcos Antônio Bessa-Oliveira, Vânia Maria Lescano Guerra e Zélia Nolasco Nolasco.   







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